Decorria o mês de janeiro de 2014,
quando Patricia abandonou a família e
caiu (literalmente) na gandaia.
já à algum tempo,
ela vinha dando sinais claros
de que estava saturada da família.
saia do trabalho e ia beber com as amigas,
se esquecendo dos filhos na casa da cuidadora
(uma bebe de 3 anos e outro de 4 meses).
Quando eu tentava chama-la a razão,
ela simplesmente debochava dizendo:
-'Vai lá, me denuncia pro conselho tutelar!
É tudo o que eu quero;
entregar essas crianças pra eles e ficar livre!
Qando a cuidadora entregou as crianças,
por falta de pagamento,
ela pediu que eu cuidasse,
pra ela continuar trabalhando.
Eu aceitei,
até que eu conseguisse um trabalho,
pois não tenho quem me sustente,
nem apoio financeiro de nenhuma espécie e
ela ia me pagar apenas,
trezentos reais (R$300,00).
Ela pôs as crianças na minha casa,
em final de outubro.
Em janeiro ela saiu para o trabalho e não voltou.
Em fevereiro eu consegui trabalho e
tentei ligar para pedir que
ela resolvesse,
com quem as crianças iam ficar, mas
ela simplesmente desligou o aparelho e
sumiu do serviço,
pra que eu não a encontrasse.
Não consegui ninguém para olhar as crianças e
apelei para a mãe dela que
mediante ao pagamento,
de quinhentos reais (R$500,00) mensais,
aceitou ficar com as crianças.
Consegui falar com ela e pedi que
me ajudasse a pagar a mãe dela,
para olhar as crianças enquanto eu trabalhava.
A princípio ela disse que ajudaria, mas,
desapareceu da casa da mãe
para não cuidar das crianças e
a mãe dela contava que
ela fosse aceitar a cuidar dos filhos.
Faltava uma semana para completar um mês,
que as crianças estavam ficando na casa de Odete
(de domingo a noite até sexta feira a tarde.
De 21:00 horas de domingo
até 17:00 horas de sexta feira),
quando Odete me ligou para dizer que:
-Olha aqui Zenira! você arrume alguém
pra olhar essas crianças!
eu já criei os meus e
não ficarei presa em casa,
cuidando dos filhos dos outros.
-Mas, Odete, as crianças são seus netos,
tanto quanto meus!
e perante a lei,
você tem prioridade de cuidar,
porque são filhos de sua filha.
-É, mas não quero! e não vou ficar presa
a crianças que dão muito trabalho e
me prende em casa!
ainda se a Patrícia ajudasse!
mas ela sumiu desde que
as crianças vieram pra cá!
Você dê o seu jeito!
porque quando você levar as crianças,
eu não vou querer de volta.
Bem, diante de tal absurdo (mais um),
eu tive que literalmente implorar para minha cunhada, que mora no mesmo quintal que eu,
que ficasse com as crianças.
A princípio,
ela disse que ficaria apenas com o menino,
mas eu disse a ela que
não queria separar os irmãos e
tanto insisti que ela aceitou cuidar deles,
de 2ª feira à 6ª feira,
de 06:00 às 18:00 horas. Mas,
mediante ao pagamento,
de quinhentos reais (R$500,00) mensais e
a concordância de que
a responsabilidade com a alimentação e
os cuidados com as roupas deles,
continuariam sendo minhas.
Fiquei sobrecarregada;
trabalhando dentro e fora de casa,
em tempo integral e dormindo bem pouco.
Tive uma estafa mas, não podia cair,
pois meus pequenos precisavam de mim.
Minha saúde,
que nos últimos anos tem estado precária, piorou.
Tenho tido frequentes crises alérgicas
(sou diagnosticada portadora de alergia crônica),
que dependendo da situação,
pode aparecer urticária em todo o meu corpo, mas
principalmente nas partes mais quentes;
pescoço, axilas, dobras dos braços e pernas etc.
Também tenho tido lapsos frequentes de memória.
As vezes,
penso estar indo para um determinado lugar e
acabo indo parar em outro,
ou pego o ônibus para um lugar e
só me dou conta,
quando o carro chega no ponto final.
O pior é que não lembro,
o que aconteceu no tempo que passou,
na minha memória,
encontro apenas o vazio.
Esqueço os nomes das pessoas e
até o meu próprio!
Com tudo o que tenho vivido
(não só os últimos acontecimentos),
tenho apresentado,
um quadro de depressão passiva,
que tem me arrastado para uma tristeza infinita.
Bem, mas o foco aqui não sou eu.
Patrícia não me ajudou a pagar a mãe dela e
também não tinha compromisso,
em me ajudar a pagar a Selma.
Enquanto eu estava trabalhando,
Bryan ficou com o meu cartão alimentação e
eu com o dele.
O dele: R$350:00 (trezentos e cinquenta),
O meu: R$150:00 (cento e cinquenta), mas,
quando eu fui demitida (em junho),
ele começou a fazer pressão,
para eu 'largar' os filhos dele com Odete,
para que ele obrigasse Patrícia,
a assumir os filhos
(isso na cabeça de Bryan,
faria Patrícia voltar pra ele).
Todo o meu povo compartilhavam,
com os pensamentos de Bryan,
Não pra quê Patrícia voltasse, mas,
Pra quê ela fosse obrigada,
a assumir a responsabilidade com os filhos.
Todos me crucificaram e me voltaram as costas,
Fiquei sozinha,
lutando pela integridade física e
emocional dos pequenos.
Sofri pressão de todos os lados
para abandona-los à própria sorte, mas
não o fiz porque conheço Patrícia.
Convivi com ela por sete anos e
vi a pequena Luiza crescer sob a negrigência e
os maus tratos da mãe.
Vi Miguel ser desmamado aos quatro meses de idade,
para que ela pudesse deixa-lo na casa da Renata
para as duas irem farrear!
No dia seguinte, dormiam até a tarde,
enquanto o bebe ficava entregue aos cuidados
das irmãs pré-adolescentes da Renata.
Pra encurtar; Ela Foi embora,
viveu as aventuras e desventuras,
que quis viver.
Eu fiquei com as crianças,
sofri e suportei, paguei o preço do amor.
No dia 1º de agosto ela voltou.
Assumiu novamente a posição dela na família e
eu me recolhi a minha insignificância.
Apesar de a casa e tudo
(com raras exceções) o que tem dentro,
ter custado o meu dinheiro e trabalho,
a meta dela sempre foi,
me excluir da vida de meu filho.
Para satisfazer a vontade dela,
eu dividi minha casa com eles e
dei o básico de mobília, mas
ela nunca se satisfaz.
Espero que ela aprenda
a amar o marido e os filhos,
porque eu não posso continuar vivendo
em prol da vida deles,
vou dar um rumo a minha vida.
m
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